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Introdução à

 

Tradução Literal

 

da Bíblia — TLB

 

 

– O Novo Testamento –

 


 Para acessar a Tradução Literal, clique na imagem ou aqui. 


 

Agradecidos levantamos os nossos olhos ao Deus de toda graça, colocando esta tradução da Palavra de Deus nas mãos dos leitores. Fazemos isso, orando a Ele que possa usar esta obra para que os Seus pensamentos fiquem mais claros a muitos dos Seus e, também, àqueles que ainda não O conhecem.

Se uma nova tradução do Novo Testamento é feita, se expressa com isto que nenhuma das traduções disponíveis é satisfatória. Com esta obra não desprezamos a obra maravilhosa de João Ferreira de Almeida em ter traduzido as Sagradas Escrituras para a língua portuguesa. Consideramos a sua obra de suma‑importância para todos os povos lusitanos, e o valor dessa obra foi aprovado pela bênção que muitos receberam por meio da tradução de João Ferreira de Almeida. Tentativas para melhorar o texto de João Ferreira de Almeida não levam ao resultado desejado. As frases ou expressões inseridas numa tal tentativa não conferem, na sua maior parte, com o estilo antigo e digno de uma obra já existente há séculos. A mistura tem por resultado por um lado um desejo para receber de volta aquilo que foi substituído pela tradução mais literal e por outro lado causa rejeição das partes inseridas.

Não queremos menosprezar de maneira alguma a obra destes homens fiéis a Deus que séculos atrás traduziram as Sagradas Escrituras para os idiomas do “povo”. Alguns destes homens até pagaram o seu esforço com a própria vida. Não rejeitamos e menosprezamos estes trabalhos feitos, porque Deus não o tem feito. Ele fez uso destas obras para levar a verdade da salvação pela graça à tona. Hoje, porém, há outras necessidades. Tudo se examina, as Escrituras são estudadas, e quem seríamos nós para julgar este desejo? O desejo vai além do que havia anteriormente: não se quer entender apenas as verdades básicas necessárias para a salvação, mas também os pensamentos de Deus para com este mundo e a Sua Igreja.

Constatamos, pois, que João Ferreira de Almeida e outros dos seus contemporâneos, não tinham acesso a tanto material nas línguas originais como nós o temos hoje. O Senhor concedeu luz a respeito do caminho de Deus para os salvos conduzindo‑os à unidade do Corpo de Cristo que é a Igreja ou Assembleia. Quanto mais se ocupa com as Sagradas Escrituras para entender os pensamentos de Deus, tanto mais se torna necessária uma tradução que transmite as línguas originais de maneira inteligível embora o mais literal possível. Já no século passado, irmãos em outros países sentiram essa mesma necessidade. Surgiram as traduções de John Nelson Darby (JND) em francês e inglês e a tradução chamada “Elberfelder Übersetzung” em alemão para a qual JND também contribuiu com o seu conhecimento das línguas e dos manuscritos. Especialmente a tradução de JND é conhecido e apreciado por muitos irmãos no mundo inteiro. Ao mesmo tempo temos que dizer que Deus preservou o texto das Sagradas Escrituras durante os séculos de uma maneira maravilhosa. Em geral o texto seguido por João Ferreira de Almeida, o Textus Receptus, é um texto grego digno de ser considerado até hoje. A grande maioria das traduções modernas seguem manuscritos muito mais corruptos do que aqueles que formam a base do texto referido. Embora seja assim, em alguns casos, João Ferreira de Almeida traduziu errado pelo fato de ter interpretado o texto segundo o seu conhecimento e reconhecimento. Isso às vezes leva a idéias erradas (veja por exemplo Romanos 1:1).

Esta tradução segue os princípios aplicados por JND sem ser uma tradução de alguma das suas versões publicadas em outros idiomas. Se traduzíssemos simplesmente uma das obras dele, muito do texto e de seu sentido se perderia por causa da diferença dos idiomas. Empregamos os seus princípios de tradução, tomando por base vários textos gregos de boa referência. O alvo desta tradução não é de fornecer um texto em português fluente e moderno (traduções com esta finalidade já há disponíveis no mercado), mas sim uma tradução o mais literal possível. Tentamos render não apenas as palavras de forma literal, mas também a estrutura de frases e os tempos verbais para dar também ao leitor que não tem noção das línguas originais ou que não tem o tempo disponível para estudá‑las uma idéia do estilo diferente dos vários autores dos livros canônicos da Bíblia. As tentativas de produzir uma linguagem fluente levam ao ponto que o tradutor tem que interpretar a Palavra e isto traz consigo, em muitos casos, uma tradução influenciada pelo entendimento, naturalmente limitado, do tradutor. Estamos conscientes que há ninguém que possa dizer que entenda toda a profundeza da revelação divina nas Sagradas Escrituras. Convictos do fato que cada simples palavra é originalmente inspirada por Deus, nos esforçamos para traduzir tão literal e exata quanto possível sem ser escravos de palavras. Assim será possível, que o Espírito Santo possa operar no leitor e esclarecer pensamentos ainda escuros para o próprio tradutor. Fica evidente que a possibilidade de traduzir “literalmente” é limitado pelo idioma da tradução, neste caso o português, pois qualquer frase deve fazer sentido neste idioma, sem perder de vista, que talvez uma colocação mais livre seria mais fluente e bonita. Sublinhamos outra vez que beleza de linguagem não é o alvo desta obra. É esta a razão do porquê às vezes se espera por exemplo um artigo, e na tradução não se encontra. Isto indica que no grego não há artigo. Apenas quando absolutamente necessário para poder entender a frase, o artigo foi inserido em letras pequenas (veja também a listagem dos ‘meios de destaque’ e a abordagem sobre o uso do artigo no grego mais adiante). Enfatizamos em especial que somos convictos da inspiração literal da Palavra de Deus. Deus não apenas inspirou “idéias”, mas sim “palavras”.

Estamos conscientes das nossas fraquezas e falhas como homens e assim também esta obra não está isento de conter erros.

Quando os textos críticos concordam entre si, nós os seguimos. Na maior parte do texto isto é o caso. Quando há divergências, seguimos regularmente o Byzantine Majority Greek Text ou o Textus Receptus quando estes não contêm erros doutrinários (que, por vezes, são graves nesses textos — especialmente na 2ª edição do Textus Receptus de 1550; a 1ª edição de 1516, embora contenha muitos erros, por vezes está mais correta nos trechos em questão). Ainda assim sempre temos que levar em consideração todo o conjunto do ensino das Escrituras para decidir se uma versão é correta ou não (mesmo que o manuscrito que a contém seja mais antigo do que outros). Isto fez com que em alguns lugares não podíamos seguir o Textus Receptus e em certos casos também não o texto crítico Nestle-Aland27. O Textus Receptus contém alguns insertos e acréscimos não coerentes com a doutrina global da Palavra como também o texto crítico de Nestle-Aland27 tem o mesmo problema de uma maneira muito mais ampla e grave (apenas com a diferença que muitas vezes não acrescenta, mas omite frases ou expressões ou até parágrafos inteiros influenciados pela visão dos seus compiladores). O texto empregado por base dessa tradução é o texto crítico conhecido sob o nome Byzantine Majority Greek Text, compilado em 1991 por Maurice A. Robinson, Ph. D. Este texto geralmente segue o Textus Receptus. Levando, porém em consideração o que foi dito acima, poderíamos até dizer que o texto grego base é o resultado de uma comparação minuciosa dos textos críticos em questão. Também foram comparados os textos mencionados mais acima neste parágrafo como também o Codex Sinaiticus. Conscientemente não foi considerado o texto compilado por Westcott e Hort no século passado, levando em consideração os perfis das pessoas destes dois eruditos que foram envolvidos até em espiritismo. Embora tivessem um conhecimento bom do grego, não podemos considerá‑los aptos para compilar ou traduzir a Palavra de Deus, sendo que comprovadamente estavam trabalhando na compilação do texto bíblico quando sob a influência de poderes demoníacos. Infelizmente algumas versões de certos versículos desse texto também ainda se encontram no texto crítico Nestlé‑Aland27. É por isso que não o podíamos seguir em todos os casos.

Temos que dizer, porém, que existe um fato, muitas vezes ignorado — e por conhecedores do assunto, conscientemente ignorado — referente ao Textus Receptus. Os defensores desse texto alegam freqüentemente que esse traz o texto grego original e inspirado por Deus e que as versões baseadas nele, na sua maioria protestantes (evangélicas), trazem a tradução correta do texto grego e que isso estaria comprovado pelo seu uso durante quase quatro séculos. Há indícios muito fortes de que o Textus Receptus não é inspirado e não traz indubitavelmente o texto grego originalmente inspirado por Deus. Há provas, e o próprio Erasmo, compilador e editor das primeiras edições desse texto, o admite, que ele “inventou” o texto em certos lugares ou até fez uma tradução inversa, do latim da edição da Vulgata que tinha em mãos para o grego. Isso é bastante óbvio no final do livro de Apocalipse. Erasmo tinha à sua disposição apenas um manuscrito de Apocalipse e nesse manuscrito faltaram os últimos versículos (Ap 16b-21). Para poder apresentar o texto grego, Erasmo traduziu da Vulgata para o grego. Dessa forma é impossível receber o texto grego originalmente inspirado por Deus, a não ser que se considere Erasmo (um católico romano e humanista) como um escritor inspirado como Paulo e Pedro o eram. Erasmo procedeu assim em mais do que um caso. Isso é prova indiscutível e infalível de que o Textus Receptus não pode ser o texto original da mesma forma como os textos críticos modernos não o são. Há também o problema que em centenas de passagens as diversas edições do Textus Receptus diferem entre si; fato este que permitiria imprimir milhares de versões diferentes desse texto “inspirado”. Aquilo que os defensores do Textus Receptus dizem dos compiladores dos textos críticos modernos (que eles escolheram muitas vezes a versão contida no texto conforme o seu próprio entendimento e bel‑prazer) também vale para Erasmo e o Textus Receptus. Erasmo admitiu isso e confiou diversas vezes mais no texto da edição da sua Vulgata do que nos manuscritos gregos, dos quais ele tinha pouquíssimas em mãos para compilar o seu texto grego. Portanto, é imprescindível compararmos as edições críticas do texto grego entre si e traduzirmos conforme a versão que está de acordo com o contexto global das Escrituras. Ainda assim reiteramos que nós temos um texto em mãos que está muito próximo aos originais escritos pelos escritores inspirados do Novo Testamento. As diferenças no texto, nos manuscritos gregos, geralmente são de ordem inferior. Apenas poucas diferenças são realmente importantes. Nenhuma delas, porém, é importante para a verdade sobre a salvação, desconsiderando, talvez, Romanos 8:1 (acréscimo na segunda parte do versículo no Textus Receptus).

Gostaríamos de dizer algumas poucas palavras sobre o valor dos manuscritos. Acerca da maioria do texto temos absoluta certeza devido ao fato que os manuscritos na sua maioria concordam entre si. Diferenças de porte significante, muitas vezes, e isto já nos manuscritos mais antigos, resultam de opiniões eclesiásticas ou filosóficas dos copiadores. A mera idade de um manuscrito ainda não garante que seja um dos melhores, porque especialmente os papiros foram guardados nas regiões desérticas, enquanto em outras regiões, devido ao clima, não se preservaram manuscritos tão antigos. Constatamos, porém, que já nos tempos mais remotos houve tentativa para alterar o texto dos originais por causa de influências filosóficas e eclesiásticas. Um outro pensamento a levar em consideração é: Um manuscrito que, embora antigo, já é a centésima cópia pode conter relativamente mais erros feitos pelos copiadores do que um manuscrito mais recente que talvez seja apenas a décima cópia. Um sistema de tradução baseado apenas nos manuscritos mais antigos (considerando estes os “melhores”) não é válido para traduzir as Sagradas Escrituras e é sujeito a erros por ser um sistema muito vulnerável. O contexto doutrinário e o caráter específico de um livro (por exemplo a diversidade dos quatro evangelhos) devem ser sempre considerados. Gostaríamos de citar uma passagem retirada das “Notas Introdutórias” à terceira edição da tradução de JND, sendo ela uma cópia corrigida da segunda edição (1871) ainda completada por JND pessoalmente: “Os dois manuscritos mais antigos[1], a e B, omitem o final de Marcos 16, contra qualquer outra autoridade, o que foi mostrado por Burgon; mas em B, o fato que o escriba deixou uma coluna em branco — a única no Novo Testamento inteiro — é evidência forte e presuntiva que, embora não encontrasse esta passagem no manuscrito, estava consciente de uma omissão. Defeitos como este, intentam lançar dúvidas sobre estes manuscritos antigos como testemunhas do texto primitivo. Por outro lado, estão livres das interpolações de D (Codex Bezæ), e constantemente são de valor adicional contra o último. Mas nenhum dos manuscritos mais antigos, nem alguns juntos, por si podem ser testemunhas conclusivas no que diz respeito à precisão absoluta de uma versão do texto, embora muitos fatos apontem para o texto chamado “alexandrino” ser mais próximo à versão primitiva. Mesmo assim precisam de ser controlados por outras testemunhas, como os manuscritos cursivos, versões e, em muitos casos, pelas citações dos pais. Cada passagem tem que ser examinada a parte e na presença de todo o espectro de testemunhas e em dependência da orientação graciosa de Deus, dando atenção especial ao contexto e à doutrina geral das Escrituras, a qual foi debilitada pela corrupção eclesiástica.” Citamos também Scrivener. Na sua “Introdução” (3ª edição, p. 511) ele diz: “Não é menos verdadeiro e ao mesmo tempo paradoxo o fato que as corrupções piores às quais o Novo Testamento foi sujeito, ocorreram durante os primeiros cem anos depois que foi compilado; é fato que Irenæus e os pais africanos e todo o ocidente com uma porção da igreja na Síria tinham manuscritos muito inferiores em qualidade àqueles empregados por Stunica, Erasmus ou Stephens, treze séculos depois, quando montaram o Textus Receptus”.

Os três trechos mais questionados são 1 Timóteo 3:16, João 7:53‑8:11 e Marcos 16:9‑20. No que diz respeito a 1 Timóteo 3:16, talvez deveria ler ‘Ele que foi manifestado em carne etc.’. Uma boa quantidade de manuscritos (podemos afirmar a maioria) apóia a versão ‘Deus foi manifestado em carne etc.’. Por este motivo deixamos ‘Deus’ no texto e mencionamos a outra possibilidade apenas no rodapé (veja mais detalhes no rodapé da referida passagem). Com referência a segunda passagem (João 7:53‑8:11), o tradutor não tem dúvida da sua genuinidade. Para maiores informações veja a nota de rodapé neste trecho. No que diz respeito a Marcos 16:9‑20 (veja também o parágrafo anterior), temos que levar em consideração o seguinte: O texto crítico mais aceito (Nestle-Aland27) contém este trecho, mas o coloca entre colchetes duplos e assim o considera como um inserto antigo não inerente aos textos originais. Por outro lado, temos que ver que os evangelhos relatam de duas maneiras o final da vida do Senhor Jesus. Mateus, embora não mencione a Sua ascensão, relata a Sua aparição aos discípulos na Galileia. Isto corresponde plenamente ao caráter do evangelho segundo Mateus. O outro relato, contido em Lucas e correspondendo ao caráter deste evangelho, nos mostra o Senhor em Betânia — lugar da Sua ascensão. No primeiro relato temos a mensagem saindo do remanescente judaico dirigida às nações da terra, no segundo se trata da mensagem que sai do céu para o mundo, tomando seu início em Jerusalém. Um relato é messiânico, o outro celestial. Até o versículo 8, Marcos relata como Mateus e a partir do versículo 9 até ao fim ele dá um resumo da cena de ascensão em Betânia e relata fatos contidos nos evangelhos de Lucas e João. Este trecho pode ser considerado um apêndice e, portanto, uma passagem aparentemente independente. (Este parágrafo é baseado livremente naquilo que JND diz a respeito na introdução à segunda edição do seu Novo Testamento editado em 1871). Por isso não concordamos com Nestle-Aland27 referente a esta passagem. Consideramos ela ser parte integral e inspirada das Sagradas Escrituras.

Embora não seja o alvo desta tradução e de seus tradutores colocar nas mãos do leitor um texto comentado, em algumas passagens fizemos nos rodapés uma certa interpretação apenas pela necessidade de sustentar uma certa versão de leitura seguida no texto. Este é o caso por exemplo em João 1:18. O alvo geral é apenas dar ao leitor não erudito uma tradução tão literal e exata quanto possível das Sagradas Escrituras.

Que o Senhor possa abençoar ricamente a Sua Palavra! Toda a glória seja dEle!

 

São Paulo, agosto de 2023

 

Bernd Bremicker

  tradução literal da Bíblia - TLB

Nota de rodapé:

[1] ‘mais antigos’: Temos que considerar a época quando JND escreveu estas palavras. Embora hoje haja disponíveis manuscritos mais antigos do que estes, os pensamentos que JND expressa aqui ainda têm o seu valor.

 

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